Oi gente,

Sim… o blog está parado, mas aqui vai uma das primeiras músicas dos Os Gomos .. e a 1a gravada em estúdio ! yeyyy !!!

“RASCUNHO”

Música: Gabriela Maltos
Letra: Pedro Balboni

“Quem se garante em ser mais do que um rascunho, ou está errado ou sabe o que é estar junto.
Quem se garante contra o nada que range, quem se rege…que ajoelhe e reze.

Sou um rascunho de gente, um feto intransigente
Feito em linhas tortas desconheço o certo
A cada desafeto, aumento o meu decreto
Só obedeço o que sigo, só há o meu certo.

Quem conduz as mãos no traçado do nosso destino?
Qual é o cartógrafo do grande caminho?
Onde quero chegar se não sei me explorar
Onde te encontrar, pro meu canto achar.

Se ainda não estou pronto
É porque há várias linhas
De lápis e de pensamento
Em um mesmo desenho.

Mas vou lhe dar a chance
De fazer o meu esboço
Você jura que me compra,
Eu te juro estar pronto.”

Peço desculpas aos indecisos.

Porque de uma coisa eu sei

Nessa vida tudo se ganha

Tudo se perde.

A única coisa que fica

É a certeza dos seus erros

Hoje penso

Se posso consertar o que quebrei.

Gabriela Maltos

Sigo as sombras que se formam no chão

Sinto a fria arma, apontada em vão

O som do impacto ecoa

Assustando a multidão

O tempo congela

No momento do clarão.

O velho gosto de metal

Preenche minha boca

Escorre pelo corpo

Manchando minha roupa.

O que era branco agora é vermelho

O que era esperança virou pesadelo.

De nada mais lembro e nada mais anseio

À medida que os litros jorram

O ar fica rarefeito

À medida que meu corpo esfria

Diminui meu desespero.

Gabriela Maltos

Eu sou chato.

Chato de galochas

Em dia de sol.

Eu tô no ponto.

Ponto de ônibus

Em dia de chuva.

Fui previamente testado.

Com high concept

E low profile

Pronto pra o que der e vier,

Tento sempre ir com a maré

Mas só até onde der pé…

Porque ainda não aprendi a nadar.

Eu sou bravo

Bravo e condecorado,

Em dias nublados.

Eu sou pra frente

Frente a tudo,

Em dias de luto.

Tem dias que não sou nada

Tem dias que quero ser tudo.


Gabriela Maltos

Prometeu a si mesmo

Nunca julgar o livro pela capa

No entanto,

Comprava sempre os menores perfumes.

Prometeu a si mesmo

Nunca jogar conversa fora

No entanto,

Trocava palavras desnecessárias.

Prometeu a si mesmo

Nunca amar ninguém

No entanto,

Amou a primeira mulher que viu na vida.

Prometeu a si mesmo

No fim de todas suas promessas furadas,

Que nenhuma outra promessa faria.

No entanto,

Essa promessa ele deixou de cumprir no mesmo dia.

Gabriela Maltos

Naquele momento particular,

O silêncio falou mais alto.

A respiração pausada

A alma calejada.

Naquele dia particular,

O pensamento foi deixado de lado.

As vozes na sua cabeça,

Silenciaram.

A impressão causada

A vida desperdiçada.

Naquele momento particular,

O silêncio falou mais alto.

Calou-se para sempre.

Gabriela Maltos

Naquela noite resolveu que,

De uma vez por todas,

Voltaria a conversar com Deus.

Falava, falava, falava.

Mas parecia que Deus não o escutava.

Eis que veio o grito:

PORRA DEUS! FALA COMIGO!

Depois de muitas tentativas sem sucesso,

Viu que foi tudo sem sentido.

Não desacreditou em Deus,

Mas começou a crer

Que Ele era surdo de algum ouvido…

Gabriela Maltos

Por algum motivo

Me acostumei com sua voz.

Será maior do que tudo?

Mas quanto mede tudo?

Para mim

Você é tudo.

Gabriela Maltos

BALCÃS

Basta!

A ausência presente

Me deixa dormente

Basta!

Como se bastasse

Dar crédito

Para o credor

Dar médico

Para a dor

A presença ausente

Desmente

O bastante distante

Se basta.

Eu me basto

Como se bastasse

Ser basco.

Gabriela Maltos

Sei que desisto sem antes tentar

Mas isso é por que existo

Não quero pensar

Sei que insisto sem antes provar

Mas é que não provo

Sem antes gostar.

Sei que não gosto de acreditar

Mas é que não prezo

Sem antes prestar.

E disso eu tiro

O que deve ficar

As coisas mais findas

Eu tento abraçar

E sei que preciso

Urgente mudar

Mas é que o medo

Sempre dá um jeito

De me atormentar.

Gabriela Maltos

Eu sou bom. Eu sou mau. Sou e não sou ao mesmo tempo.

Sou viciado, drogado e largado no mundo. Sou nada. Sou tudo.

Sou gente igual a todo mundo. Sou um animal louco e sujo. Sou sempre. Sou nunca.

Se eu fosse eu, gostaria de ser mais eu todo dia. Diferente, porém igual.

Sou foda, sou forte. Sou fraco. Um total fracasso… Orgulho dos pais.

Um completo incapaz. Capaz de errar, eu não aprendo.

Eu sou uma marca, um negócio, uma coisa. Me uso e me vendo só pra comprar os outros.

Eu sou a vida. Eu dou a vida, eu dou a morte. Eu sou a morte. Sou tudo que restou. O resto do resto.

Um completo dislexo no mundo das letras. Um caminho incerto de pseudo certezas.

Eu sou eu, você e mais uma porrada de gente por aí.

Eu sou a voz e o silêncio, no silêncio do prazer. Não sou ninguém senão eu mesmo.

Sou milhares de personas ao mesmo tempo. Sou artista, amante e assassino. Assassino por natureza. Assassino da natureza.

Eu sou isso. Sou aquilo. Sou o que Deus quiser. Um tempero ímpar que dá o gosto final. Que fica na língua, que sempre tange o paladar.

Sou tudo isso e nada disso… Tudo depende da fase da Lua.

Gabriela Maltos

TOXICOLOGIA


Gotas de álcool

Misturadas

No destilado

Sangue.

Gotas de sangue

Destiladas

No misturado

Vexame.

Gabriela Maltos

SE EU FOSSE EU

Se eu fosse eu,
Eu seria grande demais.
Se eu fosse teu,
Não saberia mais
Se você vê o que eu vejo.
Se eu construo meu medo
De tudo aquilo que desconheço.

Se eu fosse eu,
Eu seria estranho demais.
Se eu fosse eu, do jeito que sempre quis ser,
Seria muito mais capaz.

Se eu fosse eu,
Eu seria diferente das escolhas
Que não fiz, pensando que não podia.
Afinal, quem sou eu, senão um pouco de vários “Eus”
Espalhados por ai?

A cada dia que passa, eu penso…
Se eu fosse eu…
Quem meu eu seria,
Se não fosse mais teu e menos meu todo dia?

Gabriela Maltos

E o resto?


Seria a morte o inicio da vida?
A morte é passagem
Há verdade no fim?
Se não há fim de verdade?

Não tenho medo de morrer
Só não quero estar lá
Quando for acontecer

A morte é um sonho
É um alivio dos males
Pra quem cansou de sofrer
Pra quem cansou de viver

Tolos, aqueles que matam a vida
Com medo da morte
Não terão sorte
Pois o destino é cruel

A morte nos mata
Da vida vivida.
Como seria,
Se não houvesse vida após a morte
E morte após a vida?

Gabriela Maltos

Quando você não dorme, tudo o que você vê, é em câmera lenta. Nada é real. Quanto mais você tenta dormir, menos você consegue. Cada minuto parece infinito. Meus remédios perderam o efeito… Um mais forte que o outro. Nada funciona. Conseqüentemente, eu não funciono.

“Esvazie sua mente. Tente não pensar em nada… Relaxe. Feche os olhos e não pense em nada. Pense em não pensar em nada. Pense em parar de pensar em não pensar em nada. Estou pensando…”

Quando você não dorme, tudo é uma cópia do que aconteceu. É algo parecido com um deja vu. As coisas acontecem numa velocidade inexplicável, você é incapaz de acompanhar. Qualquer luz provoca dor de cabeça… Qualquer som. Chega um tempo que você se torna letárgico. Seus olhos se fecham sozinhos e você perde total controle sobre seu corpo. Começa a pensar que, talvez seja hora de deitar e fechar os olhos de vez. Impor o sono. Tomar o tanto de remédio possível para descansar por um segundo.

O fogo que coça e faz meus olhos lacrimejarem. Fragmentos de impressões que na verdade não existem. Minha mente embaçada. As palavras saem erradas à medida que entram erradas. Posso dizer que não tive uma noite decente de sono há um ano. Hoje faz um mês. Nem uma hora por noite…

A esse ponto, o relógio não é seu amigo. Como disse: cada minuto parece infinito. O “tic” que precede o “tac” sempre demora mais do que o esperado. Uma hora demora uma eternidade para acabar… E na cama, quando você está no limite de conseguir dormir… As horas voam. E o despertador toca.

O fogo que coça e faz meus olhos arderem. Eu quero dormir. E o pior de tudo é que não tem ninguém me impedindo. Ninguém além de mim… Sem dormir você perde a noção do tempo. Não existe dia, não existe noite.

Eu ando sozinha pelas ruas, cambaleando, tentando manter meu corpo reto. Eu vejo vultos. Vejo coisas que não estão lá. Alucinações de uma mente cansada… Eu crio imagens na minha cabeça que um dia irão se virar contra mim.

Visão dupla e embaçada. Zunidos e batidas que criam uma música perturbadora dentro da minha cabeça. Eu vejo o sinal verde quando está vermelho. Eu vejo carros andando quando estão parados. Eu ouço pessoas conversando numa língua diferente… Eu não sei se estou acordada ou sonhando.

Como disse: Chega um momento que você perde controle do seu corpo. Reajo muito depois que as coisas acontecem ao meu redor. E, ao mesmo tempo, se algo acontece apenas na minha imaginação, reajo imediatamente. É como se estivesse num estado de transe. Minha respiração se torna intensa e lenta. Algo que nem eu entendo.

A insônia que me persegue…

Quando você não dorme, nada é real. Tudo é uma cópia de uma cópia da realidade. Tudo o que você vê, é em câmera lenta. E nada… nada funciona.

Gabriela Maltos

PENSANDO EM VOCÊ

Letra e Música: Gabriela Maltos

Eu parei de pensar em vc
Por um tempo.
Tentei deixar de lado
Meu amor.

Pensei que havia te esquecido
Mas meu coração se lembrou

Então me abraça forte
E nunca mais me deixe
Parar de pensar em você

Me abraça forte
E nunca mais me deixe
Eu sei como é difícil tentar me entender

Pensar em parar de te ver
É um castigo
Pensar que sempre tentei esconder
O que era impossível
De ser escondido

Pensar que cheguei a pensar em parar de pensar
Mas o pensamento foi favorecido.

Pensar que um peso maior seria
Pensar em não te amar
Pensar que o amor, seja onde for
Não caberia em outro olhar

Então me abraça forte
E nunca mais me deixe
Parar de pensar em você

Me abraça forte
E nunca mais me deixe
Eu sei como é difícil tentar me entender

Mais uma música da banda OS GOMOS pra vcs…

:D

Beijos engomados e boa semana p/ todos!

DICIONÁRIO

Os Gomos (Letra e Música: Gabriela Maltos)

O meu português é errado
Com sotaque carregado do interior
Eu só usava verbos no passado
Mas o tempo agora mudou

Ganho uma miséria de salário
E as frases são imperativas
Compre já um dicionário
Que só tenha palavras bonitas

Eu procuro os versos
Pois meus verbos
Não entram num acordo

Eu procuro os versos
De um sujeito
Composto

Meu inglês é enferrujado
Com sotaque carregado do exterior
O particípio participa dos meus atos
Mas o modo agora mudou

Trabalho o dobro do horário
E não sustento o rumo da minha vida
Compre já um dicionário
Que tenha as palavras traduzidas

Eu procuro os versos
Pois meus verbos
Não entram num acordo

Eu procuro os versos
De um sujeito
Composto…

Gabriela Maltos

É isso ai rapeize … mais uma música dos Gomos !!!

Pra conferir nosso trabalho, passa la no nosso MySpace !!!!! :)

Beijos engomados!!!

ESTAMOS JUNTOS NESSA TAMBÉM

Os Gomos – Letra e Música: Gabriela Maltos

Eu não uso palavras bonitas
Não conheço todas as rimas
Eu não sei o que quero da vida

Todos estamos sozinhos
Mas isso é o que me mantém
Se estamos sozinhos
De certa forma
estamos todos juntos nessa também

Não posso dizer
QUe nunca pensei em desistir
Não posso falar
Que nunca deixei de sorrir

Os caminhos são
Distantes e difíceis de percorrer
Sozinho

Meu destino não
É assim tão fácil de ser
Entendido

Todos estamos sozinhos
Mas isso é o que me mantém
Se estamos sozinhos realmente,
Estamos juntos nessa também
Estamos juntos nessa também …

Gabriela Maltos

É isso pessoal … pra começar a semana de bom humor (ou pelo menos tentar) … uma música engomada pra vcs !!! Ouçam mais músicas no MySpace da banda!!!

Beijos,

Gabi :D

Darwinismo Capitalista


A evolução devolve.
A revolução envolve.

A etiqueta seleciona
Na mesa, na gola
Eu ando na cola
De mim mesmo.

Consumo é evolução
Não aceita devolução

A evolução engole.
A revolução devolve.

O conceito direciona
A mesma escola
Eu ando na cola
Dos sem jeito.

Consumo é evolução
Os que não consomem
São consumidos.

As presas se prendem
A TV impõe domínio.
Os predadores se vendem
Na mídia do extermínio.

Consumo é evolução
Os que não consomem
São consumidos.

Gabriela Maltos

Tango

“A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”
Pois dançar um tango eu não consigo
A dor aumenta aos poucos
O sangue se acaba
Então morro.

O médico me mandou
Ficar de repouso
Pior que ficar de castigo
É morrer…
Só porque não consigo

Fico exposta a radiação
Muito mais do que preciso
Anestesia local
Não anestesia o princípio.

O que me resta de tempo
Aproveito dormindo
“A única coisa a fazer
É tocar um tango argentino.”

Gabriela Maltos

O Mistério do Pretérito Imperfeito


Esse é o grande problema

Do pretérito imperfeito

Seria melhor se não fosse

Pois o imperfeito bastava

Se fosse perfeito falava.

Talvez o futuro fosse viável

Mas de rei e ria me basta

As tragédias gregas

Quando a comédia vasta

Atrapalhar a canseira

Talvez o imperfeito beirasse a eira.

Mas cansarei de eira

Assim como um dia

Me cansaria de ira

Será que um dia descobriria

O grande problema

Do pretérito imperfeito?!

Acho que o problema não é o pretérito,

Mas sim o sujeito.

Gabriela Maltos

ESTEIRA ELÉTRICA

Letra e Música: Gabriela Maltos

Ando andando parado
Sempre parando no mesmo lugar
As migalhas que deixei pelo caminho
De repente resolveram me abandonar

Gostaria de começar pelo começo
Mas o meu começo
Já foi bem rabiscado
Também gostaria de uma folha em branco
Mas de nada adianta
Pois só tenho lápis acinzentado

E nada vai me impedir
De descobrir
O que restou aqui

E nada vai me impedir
De descobrir
O que restou aqui

Ando andando parado
Sem nem sequer me mexer
Parece que as escadas que subo
Foram feitas pra descer

O asfalto engole meus pés
Sugando os horizontes de mim
E o que resta é a falta de fé
Porque aqui dentro há o vácuo do fim

E nada vai me impedir
De descobrir
O que restou aqui

E nada vai me impedir
De descobrir
O que restou aqui

A velocidade média de descida
Causa um impacto estrondoso
O império que eu construi em anos,
Se desmoronou num sopro.

Mas mesmo assim

Nada vai me impedir
De descobrir
O que restou aqui

Mais uma música da banda Os Gomos pra vcs … Enjoy

My Space

Pure Volume

Nosso Profile no Orkut


TUMOR MALIGNO

Minhas lembranças
Perderam a mobilidade
Não andam
Não caem.

Estagnadas no lóbulo frontal
Como um tumor
Que aos poucos se apodera
Do controle das coisas
Que aos prantos
Esmaga o controle do corpo
E estraga o console do morto.
E que pondera
O controle das coisas.

Minhas esperanças
Perderam a credibilidade
Não acham
Não sabem.

Esmagadas no córtex lateral
Como um câncer
Que aos poucos invade
A massa
E cessa as sinapses.
Estagna o console do corpo
E estraga o controle do morto.
E que pondera
O controle das coisas.

Gabriela Maltos

Hoje eu acordei com dor nas costas. Sabe aquela dor de cansaço? De mau jeito? Gostaria de pensar que foi porque dormi mal. Mas dormi do mesmo jeito que durmo todas as noites.

Acordei com aquela dor nos olhos… Qualquer luz já me deixava irritada. Acordei rabugenta.

As músicas que geralmente ouço hoje particularmente me davam dor de cabeça. Estavam altas demais pro meu gosto. Pode até ser meu mau-humor matutino. Mas essa hipótese deixa de ser válida depois do almoço. Acordei com dor nos dedos. Queria acreditar que a dor era de tocar violão. Um violão que não praticava há um bom tempo. Senti saudade.

Percebi que estava reclamando demais… Isso é coisa de gente velha. Será que eu estava ficando velha? Naahhh… Não pode ser. É óbvio que o vizinho chato que fica gritando no banheiro incomoda todo mundo. Assim como o cachorro barulhento do prédio da frente que até hoje não aprendeu a ter boas maneiras. A construção do outro lado da rua então, nem se fala. Precisa começar às 7 da manhã e terminar às 20 da noite? Ninguém merece o barulho infernal… Sem falar na sujeira que eles fazem.

É óbvio que o “Você é muito chato” me incomoda. As pessoas não entendem suas razões e seus motivos. Muitas vezes a pessoa que profere essa frase é o verdadeiro detentor da “característica”. Reclama de tudo… Reclama até que você é chato. (Hoje, devo concordar que estou chato por reclamar de tudo, mas só hoje).

É óbvio que ser tratado com falta de respeito me incomoda. Não preciso ouvir palavrões e gritos. Respeito é bom, eu gosto e escovo os dentes.

É óbvio que o “pinga pinga” da torneira da pia (que nunca ninguém se incomoda de fechar direito) me incomoda. Gasta água. Isso não é coisa de gente velha. É claro que gente que usa o banheiro e não dá descarga me incomoda. É falta de higiene. E quando não lavam as mãos? Ai é pedir pra levar uma bica na cara …

Acho que estou ficando velha… Porque quando eu era criança, as coisas não eram assim. Pelo menos não pareciam ser assim. Não estou falando em mudar o mundo, muito menos mudar os hábitos de higiene dos homens do mundo (isso é uma tarefa muito mais complexa). Mas enfim… Estou falando de uma saudade que pode até então não ter existido.

Uma saudade daquilo que não foi, uma saudade daquilo que poderia ter sido. Que quando a gente era pequeno, a gente falava: “Nossa … será que quando a gente crescer vai ser assim também? Todo mundo reclamando da vida agora, dizendo que antes não era assim… Mas quando o agora passa, ele se transforma em “antes” e ai tudo fica bom. Tudo fica… assim.”

Acho difícil de explicar porque nem eu entendo como acontece. É porque nunca nada é bom o bastante pra gente. Talvez quando eu era criança, as coisas eram mais simples. EU acreditava no que EU queria acreditar. E não no que os outros queriam que eu acreditasse. Dá pra ser criança de novo ?

Gabriela Maltos

DANDO CORDA

O tempo é inimigo
O tempo é infinito
Eu temo o tempo
O tempo todo
Pois de infinito
Já me basta o desgosto
De inimigo
Já me basta o encosto
Me findo no tempo
Pois o tempo me aflige
Me perco no tempo
Pois o tempo é limite
Me acho no tempo
Pois o tempo corrige.

Gabriela Maltos

INVISIBILIDADE INVOLUNTÁRIA

Acho que estou desaparecendo.
Como se a fumaça
Fosse meu remendo.
Parece que do corpo
Eu me desprendo.

É como estar passado
No presente momento.
É como estar casado
Com um destino ciumento.

Acho que estou desaparecendo
Pois o que falo evapora
E o que fica demora.
Acho que estou desaparecendo
Pois o que falo ninguém escuta
Pois o que traço desestrutura.

Se por acaso eu aparecer
Farei o possível
Pra me encontrar.
É que diante de todo esse caos
Ainda não sei como me achar.
Eu acho…

Estou desaparecendo.

Gabriela Maltos

Outro poema do Ap.52

Inspirado involuntariamente na peça do Tatá… “Se eu fosse eu” (rolou aquela connection… escrevi antes de ver a peça e quando vi foi um resumo mto foda – que já havia colocado na poesia – dos meus sentimentos.

Mais uma poesia do até então não-publicado livro “Apartamento 52” hehehe.

Breve! Talvez… Nunca se sabe. Quem sabe um dia eu publique! Um dia …

CONFISSÃO

Eu me despeço
Do olhar disperso
Que você deixou.

Eu me desperto
Do corpo coberto
Que você usou.

Eu me disperso
No beijo incerto
Que você roubou.

E no fundo eu sei
Que tudo é inverso
E que não há lei
No seu universo

Eu me despeço
Sem querer protesto
Sem querer confesso
Eu te amo.

Gabriela Maltos

É isso! Sábado na frente do computador… fazendo trabalhos. Ê beleza! Preciso de 5 coisas no momento:

– Um banho

– Uma xícara de chocolate quente

– Um cobertor (vários, de preferência sem poeira …)

– Remédio pra dor nas costas

– Minha mãe … (saudadeeee)

^^

Uma música da minha banda “Os Gomos” – pra quem não sabe, Os Gomos foi uma banda que surgiu do nada! Uma banda que na verdade hoje é um trio de amigos do teatro… O teatro TANGERINA da ESPM. Resolvemos descascar a fruta toda e percebemos que de gomo em gomo se faz um suco bão demais da conta viu! – É isso!

Quer ouvir mais músicas? é só acessar o link do MySpace ou o link do MyBand gomístico!!! :)

MINHAS FRASES SEMPRE TERMINAM

Letra e música: Gabriela Maltos

Sempre pego o sinal fechado
Sempre pego trânsito na 23 de maio
Sempre me perco no meio do mato
Sempre me pego pensando no seu abraço

E os dias … não passam
O tempo parou, quando você se foi
Eu queria … um prazo
Pra recomeçar a viver

Sempre esqueço de entender
Sempre tenho que ver pra crer
Sempre tento achar um por que
E o que posso fazer se minhas frases sempre

Terminam em você.

E os dias … não passam
O tempo parou, quando você se foi
Eu queria … um prazo
Pra recomeçar a viver sem você.

É ISSO AI GALERA! Um bjo pra quem curte os textos, poesias, músicas e os gomos da vida hehehe

Bom fds pra todos!!! :)

[Outro texto já postado no Apartamento 52 – se não me engano – mas que vale a pena postar novamente]

Coincidências

Será que a vida é mesmo uma série de coincidências? Por que se a gente pensar bem, as coincidências de maior importância passam despercebidas. Pessoas vêm e vão. Todos os dias, despercebidas.

A vida passa pelos nossos olhos gritando: “Ei, olha eu aqui!” e a gente continua cego. Depois quando é tarde demais pra alcançá-la, bate o arrependimento. E a gente pensa: “Como que eu não vi isso antes! Como que eu não percebi?”. A vida escorregando pelos dedos. Foi e não volta nunca mais.

Ai eu penso… Como nós podemos olhar pros outros se não conseguimos nem olhar pra nós mesmos? É realmente tão difícil se livrar da cegueira? Abrir os olhos pra quem sabe um dia encontrar o olhar do outro? Encontrar o olhar do outro olhando para dentro de nós. E encontrar no outro a nossa verdade. A nossa essência. Sem máscaras, sem preconceito, sem julgamento. Totalmente livre de intenções. Um olhar puro e verdadeiro. Um suporte.

Geralmente, se você estivesse na rua e encontrasse o olhar de um desconhecido, a primeira coisa que faria seria desviar seu olhar. Ficaria sem graça, tímido e deslocado.

A vergonha é maior do que a vontade de se entregar. O medo é maior do que a vontade de ser amado (mesmo que por uns segundos).

Aceitar um olhar é aceitar o amor. Pelo menos é o que eu acho. Dizem que os olhos são o espelho da alma. Então o que há de melhor para traduzir o amor do que um olhar?!

Agora vem a coincidência! Que, por incrível que pareça, não passou despercebida! Os grandes amigos que fiz, não fiz no bar ou na balada. Fiz num silêncio de um olhar. E a gente se entendeu naquele silêncio, mesmo sendo desconhecidos. E a cada dia que passa, os olhares se tornam transparentes. Sem preocupações, sem julgamentos.

Cada olhar é único. Cada olhar marca um momento da minha vida, pois é cheio de luz. E essa luz se transmite de várias formas. Num abraço, num toque suave de mãos, num carinho. Ela se propaga pelo olhar. É um ciclo energético… Uma coisa tão poderosa, tão clara, e ao mesmo tempo difícil de encontrar (ou de se ver). A luz que nos une é a mesma que nos liberta da cegueira. Uma energia que invade o corpo e transborda a alma. O amor.

Gabriela Maltos

Dedicado aos meus amigos! =)

Amo vcs

FAST FOOD

Você tem fome do que?
O mundo entrega em domicilio.
Até mesmo produto vencido
Não se torna nenhum empecilho.

Você tem fome do que?
O impulso controla o mundo
Com seus termos de consumo
Não conseguem controlar o impulso.

Conhece teu público
Melhor do que a ti mesmo.

Um canal impessoal
Mercados sensíveis a preço
O cego não vê o varejo
Pois quem compra é sempre o dinheiro.

O feedback construtivo
Destrói a fome por inteiro
Entre as básicas necessidades
Quem tem fome é sempre o desejo

Conhece teu público
Melhor do que a ti mesmo.

Gabriela Maltos