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Por algum motivo

Me acostumei com sua voz.

Será maior do que tudo?

Mas quanto mede tudo?

Para mim

Você é tudo.

Gabriela Maltos

Darwinismo Capitalista


A evolução devolve.
A revolução envolve.

A etiqueta seleciona
Na mesa, na gola
Eu ando na cola
De mim mesmo.

Consumo é evolução
Não aceita devolução

A evolução engole.
A revolução devolve.

O conceito direciona
A mesma escola
Eu ando na cola
Dos sem jeito.

Consumo é evolução
Os que não consomem
São consumidos.

As presas se prendem
A TV impõe domínio.
Os predadores se vendem
Na mídia do extermínio.

Consumo é evolução
Os que não consomem
São consumidos.

Gabriela Maltos


TUMOR MALIGNO

Minhas lembranças
Perderam a mobilidade
Não andam
Não caem.

Estagnadas no lóbulo frontal
Como um tumor
Que aos poucos se apodera
Do controle das coisas
Que aos prantos
Esmaga o controle do corpo
E estraga o console do morto.
E que pondera
O controle das coisas.

Minhas esperanças
Perderam a credibilidade
Não acham
Não sabem.

Esmagadas no córtex lateral
Como um câncer
Que aos poucos invade
A massa
E cessa as sinapses.
Estagna o console do corpo
E estraga o controle do morto.
E que pondera
O controle das coisas.

Gabriela Maltos

DANDO CORDA

O tempo é inimigo
O tempo é infinito
Eu temo o tempo
O tempo todo
Pois de infinito
Já me basta o desgosto
De inimigo
Já me basta o encosto
Me findo no tempo
Pois o tempo me aflige
Me perco no tempo
Pois o tempo é limite
Me acho no tempo
Pois o tempo corrige.

Gabriela Maltos